Em mais um dos meus devaneios do café da manhã, me peguei imaginando estar assistindo a um filme. O filme da minha vida.
Imaginei que eu estivesse sentada no sofá assistindo à minha história.
Observando minha infância, revendo amigos e situações.
Acompanhando o desenrolar dos acontecimentos a partir das escolhas que fiz.
Imaginem o quanto isso me permitiria ressignificar tantas coisas.
Ali sentadinha, sorrindo com os momentos de alegrias, conquistas e superações e talvez, chorando com os episódios mais difíceis, tanta coisa poderia ser realmente compreendida.
E, pensando bem, quem disse que eu não poderia assistir a esse filme, de verdade.
Nosso cérebro é uma poderosa tela, multidimensional, que além de imagens, é capaz de nos devolver sensações.
Quem nunca sentiu até o cheiro, ao lembrar-se de determinadas situações?
O cheirinho de casa de vó, ou o perfume de alguém amado, de uma comida deliciosa, de um lugar.
Se pudéssemos unir essa máquina incrível, que é nosso cérebro, ao nosso coração, que é nosso guia emocional, poderíamos curar tantas feridas e obter tantos aprendizados.
Talvez descobríssemos que nossos momentos mais dolorosos foram os responsáveis pelos acontecimentos mais felizes posteriormente. E que alguns períodos de alegria, eram só aparentes.
Que trabalho terapêutico incrível, não é mesmo?
Confesso a vocês que já revisitei alguns capítulos da minha vida e hoje além de entender o movimento, sou extremamente grata.
Muitas vezes as pessoas falam que tudo seria diferente se tivessem a experiência de hoje quando mais jovens. Se assim fosse, essa pessoa nem seria o que é atualmente.
Tudo tem seu tempo, e a vida segue um ciclo perfeito.
Quando mais jovens temos tempo e disposição para lidar com os revezes da vida. E na maturidade ter estabilidade emocional é uma benção.
Nosso corpo vai perdendo a vitalidade e a nossa atenção se volta para a melhor parte de nós…nossa alma, nossa verdadeira essência.
Olhando para trás, percebo que cada pedacinho da minha história foi importante para a construção do ser atual.
É nessa viagem que vamos conquistando e construindo o melhor destino, que é estar em paz consigo mesmo. Satisfeito com quem você se tornou.
E, dessa forma, não lutar mais com os furacões, mas dançar com eles, não fugir das tempestades, mas flutuar dentro delas, boiar durante os tsunamis e, a cada vez, sair emocionalmente mais forte.
As intempéries da vida já não são tão assustadoras, pois quando a paz está dentro, o caos externo nada mais é do que oportunidade de crescimento. Ele não nos abala, apenas nos fortalece.
Sugiro a todos que façam esse exercício.
Não é necessário maratonar a série, um ou dois episódios por vez são o suficiente, e nos dão tempo para refletir, ressignificar, curar e entender as lições antes do próximo capítulo.
Deixo aqui, então, essa dica, que espero que seja útil.
E desejo a todos uma ótima sessão de cinema.
#pracegover #paratodosverem imagem de um homem grisalho sentado em um banco, diante de um fita de filme transparente, com seus quadros numerados de um a seis, tendo ao fundo um pôr do sol em tons de laranja e amarelo.
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