top of page
Buscar

Relativismo

Foto do escritor: Claudia Vilas BoasClaudia Vilas Boas

Senhoras e senhores, que espetáculo de final dos tempos.

Muitos têm sido os aprendizados.

Estamos diante de verdadeiros testes que estão avaliando o quanto crescemos em consciência e quais os valores que se fixaram e foram devidamente assimilados.

Vou trazer aqui algumas pequenas histórias para ilustrar as reflexões que os recentes acontecimentos me trouxeram.

Há um texto que circula há anos na internet, e até acredito que muitos devem conhecer, sobre um professor de direito que expulsa um aluno da sala no primeiro dia de aula. Transcrevo a seguir, para os que ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-lo.


“Primeiro dia de aula, o professor de Introdução ao Direito (ou teria sido de hermenêutica?) entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

– Qual é o seu nome?

– Chamo-me Carlos.

– Saia de minha aula e não volte nunca mais! – gritou o desagradável professor.

Carlos estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.

Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.

– Agora sim! – vamos começar.

– Para que servem as leis? Perguntou o professor. Seguiam assustados ainda os alunos, porém pouco a pouco começaram a responder à sua pergunta:

– Para que haja uma ordem em nossa sociedade.

– Não! – respondia o professor.

– Para cumpri-las.

– Não!

– Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

– Não!

– Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?

– Para que haja justiça – falou timidamente uma garota.

– Até que enfim! É isso, para que haja justiça.

E agora, para que serve a justiça, perguntou o professor.

Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.

Porém, seguiam respondendo:

– Para salvaguardar os direitos humanos…

– Para efetivar as garantias das pessoas frente ao Estado opressor, respondeu outro.

– Bem, que mais? – perguntava o professor .

– Para diferençar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem…

– Ok, não está mal, porém respondam a esta pergunta:

– Agi corretamente ao expulsar Carlos da sala de aula?

Todos ficaram calados, ninguém respondia.

– Quero uma resposta decidida e unânime!

– Não! – responderam todos a uma só voz.

– Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?

– Sim, respondeu a malta!

– E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos! Não voltem a ficar calados, nunca mais!

– Vá buscar o Carlos, disse. Afinal, ele é o professor, eu sou aluno de outro período. Pregamos uma peça em vocês.”


Essa pequena história me veio à lembrança diante de tamanhas injustiças que tem acontecido, impelidas por uma agenda nada benevolente, e que avança pela inércia e covardia de muitos, que se escondem atrás de uma narrativa chamada "politicamente correto".

Estamos em meio a um evento mundial, cujo principal objetivo seria fortalecer a união das nações através do esporte e fortalecimento de valores importantes, tais como solidariedade, igualdade, respeito e também Justiça.

Nessa edição não são poucos os exemplos de desrespeito ao princípio de igualdade, que garantiria a justiça nas competições.

Porém, o que mais me espanta é a forma como as pessoas relativizam tais injustiças. Justificam que infelizmente não há o que se fazer, afinal, são as regras.

Se as regras são injustas não deveriam ser questionadas e refutadas?

Quando aceitamos injusticas, quando nos dobramos a elas, estamos compactuando com as mesmas.

Embora não possamos mudá-las, temos o dever moral de combatê-las, de ao menos tentar defender o justo.

E as pessoas que se aproveitam de regras injustas para obter vantagens não merecem nenhum respeito. Elas carecem de valores e de dignidade.

Isso me lembra uma outra história ocorrida em 2013, na qual o corredor queniano Abel Mutai, que liderava a corrida com vantagem, se confundiu e parou antes da linha de chegada. O segundo colocado, o atleta espanhol Ivan Fernandez Anaya, o alertou sobre o equívoco e o instou a seguir e cruzar a linha para ser declarado vencedor.

Ao ser questionado do porquê não ter ultrapassado o adversário e ganho a corrida, o segundo colocado respondeu o seguinte: “Eu não merecia ganhar dele. Fiz o que tinha que fazer”

Esse deveria ser o verdadeiro espírito de qualquer competição, justiça, caráter e honestidade.

É decepcionante perceber que uma parcela da humanidade despreza absolutamente tais valores, uma outra parte, apesar de entender sua importância não os defende, assim como fizeram os alunos.

Contudo, tem sido algo incrível assistir a tantos que não se dobram e desafiam tais imposições absurdas, mostrando que nada é mais importante do que preservar a dignidade e humanidade.

Muitas foram as regras incoerentes, inclusive extremamente invasivas, mas os bons não se curvaram.

E que esse evento de tamanha visibilidade possa trazer um pouco de consciência e percepção àqueles que se calam diante das iniquidades.

A injustiça, a desonestidade e a imoralidade não podem e não devem ser relativizadas em tempo algum.

As mais valiosas medalhas consquistadas, não são feitas de prata ou ouro, mas de pura luz.

#pracegover #paratodosverem ilustração de uma mulher de cabelos castanhos longos e esvoaçantes, de vestido branco fluido com pontos luminosos, expressão serena e confiante, sentada no chão, olhando para a frente, com um suave sorriso, pés descalços, braços abertos ao lado do corpo, mãos abertas emitindo pontos luminosos. Ao redor de seu corpo há um circulo de luz branca cristalina. Ao fundo silhuetas em tons de preto e branco. A imagem da mulher está em tons levemente dourados e os demais elementos em preto e branco.


33 visualizações2 comentários

Posts recentes

Ver tudo

2 Comments


jfranciscooliver
Aug 08, 2024

Parabéns pela exposição, vou postar em meu linkedin, obrigado

Like
Claudia Vilas Boas
Claudia Vilas Boas
Aug 08, 2024
Replying to

Eu que agradeço! 🙏🏼

Like
bottom of page