Valores
- Claudia Vilas Boas
- 8 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Como cronista, minha matéria-prima vem da observação do cotidiano.
E, vamos combinar, que nesse mundo caótico não falta assunto.
Não vejo isso como algo negativo. Agradeço a cada dia pela resiliência e ensinamentos que essa era tão conturbada tem me trazido.
Viver esse momento é para os fortes, como diz uma expresso conhecida.
É como conseguir passar no vestibular para a universidade mais concorrida, e mais importante do que isso, ser capaz de concluir o curso. Receber o desejado diploma com honra e mérito.
Enfim, estava eu tomando o café da manhã e dando um giro pelas redes sociais, antes de começar as atividades do dia, e me deparei com um vídeo falando sobre uma declaração do irmão de um jogador famoso sobre o seu julgamento.
Na verdade, não sabia do que se tratava e nem mesmo quem era o tal jogador, mas o que me chamou atenção foram as reflexões do comentarista do vídeo.
Pesquisei algumas informações a respeito do personagem, para me situar.
Quanto ao julgamento, entendo que se ele cometeu algum crime deve responder por ele. E não é essa a questão que foi observada no vídeo, mas sim sobre as pessoas que trazemos para nossa vida.
Enquanto o rapaz estava no auge da fama, vivia cercado de “amigos” e garotas assediando-o constantemente. Muitos queriam ser vistos ao seu lado, usufruir de seu prestígio e riqueza. E agora, no momento de dificuldade, ele se viu abandonado por aqueles que se diziam seus irmãos.
Embora ele possa ter cometido um crime grave, um verdadeiro amigo nunca o abandonaria. Poderia dele discordar, criticá-lo e condenar sua atitude. Aliás, um verdadeiro amigo não passa pano para condutas erradas, muito pelo contrário, sempre tenta alertar sobre os enganos, pois quem realmente ama deseja sempre o melhor.
E a frase que o irmão do jovem disse e que me impactou era sobre os “irmãos que a vida deu”, que estavam sempre presentes nas festas, nas fotos e nos momentos de prazer, mas que nesse episódio difícil ausentaram-se completamente. Porém, quem realmente estava com ele eram os “irmãos que Deus lhe deu”.
Ele se referiu à família, mas eu estendo a todos aqueles que chegam em nossa vida trazendo crescimento e um amor verdadeiro. Aqueles que nos conhecem de verdade e nos amam apesar de nossos defeitos e deslizes. Aqueles que embora discordando de nossas escolhas não nos abandonam quando mais precisamos.
Essa sim é a nossa família de alma, a verdadeira irmandade.
Isso nos mostra que de nada adianta dinheiro e fama se você não tiver valores.
As falsa amizades e interesses acontecem de forma mútua. Uma pessoa que se pauta em sentimentos nobres sabe reconhecer quem tem valor e quem tem apenas preço, quem realmente ama e quem apenas tem interesse.
Então, de uma certa forma esse homem está colhendo o que ele plantou. Está colhendo o fruto de se deixar iludir por um meio fútil e pessoas frívolas.
Talvez seja essa a oportunidade de refazer o caminho de forma mais sólida e verdadeira.
Há uma frase muito conhecida que diz que Deus escreve certo por linhas tortas, mas acho que nós é que nos desviamos das linhas, como crianças no início do aprendizado da escrita. A linha reta está sempre disponível, sempre no mesmo lugar, e cabe a cada um o esforço de retornar a ela.
Cada um sempre receberá de acordo com o que emanar para o seu entorno. Afinal, a cada um será dado sempre de acordo com sua obra.
#pracegover #paratodosverem ilustração de um diário aberto, de suas páginas surge em alto relevo uma árvore refletindo luzes em tons dourados, azuis e violetas, que se expandem ao redor.

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